5 Tópicos de Terça #54
5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).
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🥢 1. Winner takes all?
Volta e meia eu me pego citando um vídeo do DHH no Startup School da YC de 2008 (sim, 08!).
Nessa palestra para estudantes de ciência da computação de Stanford, o founder da 37signals defende que o mercado de VC vende um conto de fadas para as startups que só beneficia os próprios fundos.
Os fundos operam numa dinâmica conhecida como “power law”. Isso explica como operam num cenário onde a maior parte dos investimentos sabidamente vai dar errado. O segredo é que uma parcela muito pequena das investidas que dão certo são responsáveis por gerar retornos desproporcionais e pagar pelo resto do fundo (inclusive a maioria que deu muito errado).
Por isso, os VCs tem todos os incentivos para investir em empresas bilionárias, que vão dominar completamente um mercado e até, se tudo der certo, criar um monopólio.
Ou seja, para eles ou você gera um retorno desproporcional ou você pode ser só mais um write-off (investimento que vai a zero). Um meio termo não serve.
Disso surge a narrativa dos mercados “winner takes all”, onde só um player pode sair emergente. O que DHH defende é que na maioria das vezes, apesar de muita gente acreditar que sim, quase nenhum mercado é, de fato, um winner takes all.
Inclusive a anedota que eu sempre repito é sobre a diferença de construir um negócio no mundo real vs no mundo tech.
No mundo tech existe a lenda dos “problemas resolvidos”. Se alguma empresa grande já resolve um problema então ele é dado como resolvido em definitivo, e não vale de jeito nenhum a pena criar uma empresa para fazer a mesma coisa.
Isso é maluquice! É o oposto!
Se uma empresa ficou gigante resolvendo um problema, significa que ele é um problema grande o suficiente. Inclusive validado por muitas pessoas dispostas a pagar. E digo mais, provavelmente você tem espaço para resolvê-lo também oferecendo um serviço melhor, ou pelo menos diferente, da empresa gigante.
Trazendo para um exemplo do mundo real: se alguém te fala que vai abrir uma pizzaria no seu bairro, você não vai falar que não vale a pena porque já existem pizzarias. Pelo contrário, existirem outras pizzarias deveria ser um indicador positivo de que você deve fazer isso e isso pode ser um bom negócio.
Há algumas semanas atrás entrevistamos o Zeno, do Resend, que não me deixa mentir. E agora ele é uma das startups que mais cresce no Vale do Silício resolvendo o “problema resolvido” de disparar emails.
Por fim, o argumento do DHH é de que você consegue construir uma empresa de algumas dezenas ou centenas de milhões de dólares, enriquecer e viver uma vida boa. Mas os incentivos da indústria de startups foram deturpados de uma forma que ela não é mais otimizada para o sucesso ou bem-estar dos founders.
PS: Curiosamente os founders da 37signals nunca mais voltaram pra falar nos eventos da YC, hahaha
🥢 2. Um minuto para refletir sobre AI
Em algum momento dessa newsletter, comecei a escrever os tópicos usando AI.
Subi todas as news no Chatgpt e escrevi um master prompt para que ele escrevesse igual a mim.
A partir dai, era so chegar com os tópicos iniciais e o GEPETO desenvolvia para mim no formato de tópico para newsletter.
Depois começava aquele vai e volta para aparar as arestas.
Descobri algumas coisas:
Eu gasto mais tempo editando o que ele escreve do que se simplesmente sentasse pra escrever.
Os textos do GPT não tem ALMA
Escrever esses textos não é só para vocês. É um exercício para mim também.
E eu percebi esses três pontos no mesmo momento que me deparei com esse vídeo aqu que diz basicamente o seguinte:
Estamos chegando num momento em que ninguém lembra mais de onde sabe o que sabe.
A AI já está fazendo tudo para a gente. A gente só dá o comando e depois confirma se estiver tudo certinho.
Parece bom, mas a cada habilidade que terceirizamos para a máquina, deixamos de praticar a fricção que constrói identidade, caráter e narrativa pessoal.
Essa reflexão me fez parar de terceirizar a news pra AI e voltar a escrever eu mesmo.
Veja o vídeo e depois me diz se ele te pegou igual me pegou.
PS: O cara do vídeo é BEM awkward. Já aviso logo. É meio desconfortável de assistir.
🥢 3. Falando em AI…
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🥢 4. Casos de Startup - Rappi no Lollapalooza
Rappi chegou ao Brasil em 2017.
Em 2018 eles fizeram um dos melhores exemplos de marketing de guerrilha que eu já vi.
No Lollapalooza Brasil 2018, eles não eram patrocinadores oficiais, mas tiveram uma ideia.
O festival começava quando ainda tinha sol. Sabe uma coisa que beneficia todo mundo no sol? Boné.
Eles fizeram milhares de bonés laranja fluorescente e deram na entrada do festival.
Como fez um sol do CARALHO, todo mundo que pegou na entrada ficou usando ao longo do dia.
Nas filmagens, dava pra ver um mar de gente de laranja.
Quase todo mundo.
Os espectadores procuravam saber o que que era aquilo e ficavam sabendo de uma nova startup de entrega.
Quem tava no festival ficou feliz porque ganhou um boné num dia ensolarado.
Só quem ficou puto foram os organizadores e patrocinadores que viram uma ação de marketing de guerrilha ter muito mais visibilidade do que os patrocinadores oficiais.
Tem um detalhe. Eu lembro de ver isso na TV, desse assunto ter sido um baita debate nos grupos de Whatsapp e dos patrocinadores terem ficado bravos.
Mas quando fui pesquisar essa história na internet, não achei muita coisa.
Achei algumas fotos, mas não do MAR LARANJA.
Se você esteve nesse lollapalooza de 2018, responda esse email falando caso se lembre disso por favor... Eu to com medo de estar ficando doido.
PS: Acredito que os patrocinadores tenham pressionado os veículos de mídia para retirar as fotos da plateia com todos aqueles bonés. As fotos que achei não tem taaantos bonés.
🥢 5. Quote da semana
“Opportunity is missed by most people because it is dressed in overalls and looks like work”
A oportunidade é perdida pela maioria das pessoas porque ela vem vestida de macacão e se parece com trabalho.
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