O side project de US$575 mi
5 Tópicos de Terça - As ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).
🥢 1. Trabalho duro
Nunca consegui, em toda a minha vida, convencer alguém que não quer trabalhar duro a trabalhar duro.
Steve jobs
🥢 2. Casos de startup: Plenty of Fish
Em 2003, Markus Frind criou o Plenty of Fish em duas semanas para aprender ASP.NET.
Quando começou, a restrição de Frind não era dinheiro e nem ambição, era conhecimento. Ele queria aprender a nova linguagem de desenvolvimento web da Microsoft, então decidiu construir um site de relacionamentos como um projeto para praticar.
O fato de ser um side project e não um negócio propriamente dito o libertou de ficar pensando demais. Enquanto o líder de mercado Match.com cobrava US$ 30/mês, Frind tornou o Plenty of Fish completamente gratuito. Não como estratégia, apenas para diminuir a resistência dos possíveis usuários.
Em 2006, ele postou um cheque que recebeu do AdSense de um único mês: US$ 901.733,84.
Ele se tornou um dos primeiros “milionários do Google”, provando que um modelo gratuito que gera tráfego e fatura com publicidade era mais simples do que construir infraestrutura de assinatura.
Em 2008, a matemática era assim: 15 milhões de usuários, US$ 10 milhões em receita anual, trabalhando 10 horas por semana. Uma pessoa sozinha. Sem equipe.
Quando VCs o procuraram, Frind tinha uma estrutura simples e pensava “por que aceitar dinheiro quando você já é lucrativo?”.
Sem nem saber ele contrariou uma das suposições mais comuns de startups. Ele conseguia escalar um negócio B2C sem financiamento externo. Altas margens, infraestrutura simples e crescimento orgânico faziam com que ele conseguisse chegar onde quisesse por conta própria.
Resultado: ele manteve 100% da equity até o exit.
O Match Group adquiriu o POF em 2015 por US$ 575 milhões em dinheiro. Na venda, a empresa tinha 75 funcionários e gerava aproximadamente US$ 100 milhões em receita anual.
Hoje, o POF tem 90 milhões de usuários e 65.000 novos cadastros por dia. Frind ficou com cada centavo do valor da venda e agora gasta seu tempo com sua vinícola em British Columbia, no Canadá.
A lições que ficam são que você consegue construir algo enxuto o suficiente para não consumir sua vida, dá pra escolher modelos de negócios simples em vez de complexos e sempre se questionar se o capital é realmente necessário.
🥢 3. Álbum que estou usando para trabalhar
Uma música (Cybernetic Assault) chegou até mim de paraquedas. Eu estava trabalhando e o algoritmo do Spotify entrou em ação.
Do nada, meu trabalho passou a ser épico. Parecia que eu estava num filme. Sensação FODA.
Fui atrás da banda (Ghostwritter) e hoje sou fã. Sempre que preciso trabalhar num problema tenso, coloco eles para escutar.
Recomendo que experimente esse album aqui. Mas se quiser só uma música para experimentar, toma essa.
PS: Estou ouvindo Spotify no terminal, usando spotify-player por motivos de: eu odiava apertar espaço para dar play ou pausar o Spotify e ele não funcionar. É um bug conhecido no Spotify de Mac. Aí fui atrás de uma solução e agora essa é a minha UI do Spotify:
Pausa rápida para fazer nosso próprio jabá — sim, viramos (ou voltamos a ser) aqueles caras que vendem camiseta pra bancar as despesas.
Se você se amarra em conteúdo startupeiro, agora fazemos roupas pra você assumir isso publicamente.
Clique aqui e veja com seus próprios olhos:
🥢 4. Linear é o remake do Basecamp nessa década
Sempre me perguntei como seria uma empresa como a 37signals sendo criada hoje em dia. Cheguei a conclusão de que o Linear é a coisa mais próxima disso.
Vou além, percebi que eles são basicamente o remake do Basecamp desse década.
Eu já sabia que a cultura deles eram muito inspirada na 37signals, mas depois que eu li esse post sobre a cultura remota deles eu percebi que, tirando a parte que falam sobre o series C, esse texto poderia tranquilamente ser escrito por alguém da 37signals.
As similaridades vão longe! As duas empresas acreditam em coisas não óbvias no mundo das startups como: prezam pela independência, são lucrativos antes de qualquer coisa, valorizam o craft, tomam decisões baseadas em gosto e experiência do time, acreditam em times pequenos, são remotos por natureza, pregam por blocos ininterruptos de trabalho focado, e por aí vai.
Ainda me caiu a ficha de que o Linear resolve basicamente o mesmo problema que o Basecamp resolvia no passado.
A diferença é que o Linear foi criado em 2019 para ajudar times a se comunicarem com sucesso e construir produtos melhores. Enquanto que o Basecamp foi criado em 2003 para resolver os mesmos problemas, só que para times que gerenciavam projetos em empresas que prestavam serviços, algo muito mais popular na época.
Um outro contraste interessante é que os founders do Linear são todos Finlandeses e parecem trazer essa cultura nórdica em tudo. Não só nas referências estéticas, mas na fala e no polimento de tudo que fazem e publicam.
Apesar do Basecamp ter o DHH que é dinamarquês, grande parte do ethos da companhia foi construído inicialmente pelos ideais de Jason Fried, que é de Chicago. Com isso podemos ver a alma publicitária e rebelde digna do sonho americano transparecendo na comunicação e marca da companhia.
Talvez por isso a 37signals seja ainda mais não-ortodoxa e faça coisas como desenvolver várias soluções open source, publicar livros sobre sua forma de operar, promover uma saída da Cloud (ajudando outras pessoas a fazer o mesmo no processo) e ter políticas de manutenção de produtos “até o fim da internet” (sou suspeito pra falar, sou fã dos caras).
O mais interessante é ver que muitas das premissas, crenças e valores primordiais ainda se mantém nos dias de hoje e conseguem ser utilizados para criar mais uma empresa icônica. Timeless.
🥢 5. Vibe pricing
Na era de vibe coding, vibe marketing e outras vibes, vi essa empresa que faz vibe pricing.
Você sobe o seu site, explica o que faz e ele devolve uma ideia de planos e preços que você deveria cobrar.
Eles também entregam uma página de pricing pronta. Sabe aquela página que mostra várias features dos planos... algumas com check, outras com X?
Fazer essa página dá um certo trabalho. Mas fazê-la responsiva é pior do que cagar deitado.
Eles resolvem isso também.
Se você está pensando no pricing do seu produto, vale a pena dar uma olhadinha nos caras. O gratuito já é bem bom
PS: Isso não é publi. Eu vi no Product Hunt há um tempo, testei e achei legal.
Opa… Você por aqui?
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