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Economia da Curadoria
Sobre como o excesso de conteúdo gera a necessidade por curadores de conteúdo

Vivendo na Creator Economy
Você já se sentiu sobrecarregado de informações no mundo digital em que vivemos? Atolado em podcasts, artigos, livros, vídeos, séries e todo conteúdo que você ainda precisa consumir? Parece que a pilha só aumenta e você nunca tem tempo pra tudo que gostaria, né?
A título de curiosidade, as estimativas são de que o Youtube recebe mais de 500 horas de conteúdo por minuto. Trago outra perspectiva desse número estrondoso: a cada minuto que passa o equivalente a 20 dias de conteúdo são adicionados ao catálogo do Youtube. Ou seja, em um dia são adicionados impressionantes 1.3 anos de vídeos! Bizarro!
Óbvio que ninguém vai querer assistir tudo que é enviado ao Youtube, nem uma pequena fração disso. Mas imagine que essa é somente uma mídia em um mundo hiperconectado onde cada vez mais dispositivos são ferramentas para geração de conteúdo e ser creator é a profissão da vez para muitas crianças. Esse é a vida na Creator Economy.
Durante muito tempo eu tentei batalhar contra essa pilha de conteúdo que só aumenta. Até que eu percebi que — alerta de spoiler — eu nunca daria conta de tudo. E isso não é um problema. Na verdade essa virada de chave foi a solução, que me fez inclusive começar a escrever por aqui e a criar um podcast.
Economia da Curadoria
Entra em cena a Curator’s Economy. Em um mundo de excessos, encontrar bons curadores de conteúdo é quase tão valioso quanto encontrar os melhores criadores de conteúdo.
Somos diariamente influenciados por algoritmos e AIs que nos categorizam e segmentam em grupos de acordo com nossos interesses. Tudo isso otimizado de forma a entregar o maior retorno para anunciantes e acionistas das empresas donas das plataformas.
O resultado são as temíveis filter bubbles. Uma das razões por vermos um aumento tão grande da polarização nos mais diversos assuntos discutidos online. E também uma das maiores tormentas para almas curiosas, como a minha.
Acredito que estamos vivendo as consequências da era dos criadores de conteúdo, que dá lugar a era dos curadores de conteúdo. A curadoria ajuda usuários a entenderem, explorarem e tirarem suas conclusões de tópicos e assuntos com mais facilidade. Isso tem um valor enorme no formato de economia de tempo e esforço.
A minha solução para o problema de se viver atolado por conteúdo e preso nas bolhas de filtros foi a curadoria humana. Tento buscar pessoas que funcionam como catalisadoras de informações, notícias e pensamentos relevantes. Dessa forma é possível otimizar o trabalho de encontrar conteúdo relevante em meio ao ruído e tentar chegar em lugares que os algoritmos e filtros não permitiriam.
Uma prova de que a economia da curadoria já é uma realidade são negócios de alto crescimento surfando essa tendência. Alguns exemplos são newsletters especializadas como The Hustle e Morning Brew nos US ou Tech Drop e The News no BR. Inclusive o The Hustle foi adquirido pelo Hubspot por cerca de U$27 milhões em 2021.
No fim das contas, a Curator Economy surge para ajudar a Creator Economy a ser mais eficiente. É uma forma de ajudar todos nós a lidarmos com tamanha abundância de conteúdo. O lado reconfortante é que sempre me enxerguei mais como um curador do que criador de conteúdo, e é isso que vou seguir fazendo por aqui — trazer sinais que encontro nesse vasto mar de ruído.
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