5 Tópicos de Terça #51
5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).
Se inscreva no OFF THE GRID no Youtube e Spotify
🥢 1. Steve Jobs tinha uma solução buscando por um problema
O microprocessador foi uma das invenções que mais impactou o mundo, mas o time da Intel que o inventou não pensava nisso em 1971. Eles só queriam parar de redesenhar chips de calculadora do zero toda vez.
Uma outra galera entendeu o potencial e percebeu que dava pra montar computadores pessoais em casa. Isso gerou onda de entusiastas que começou a montar os próprios PCs e a testar combinações que a própria Intel jamais imaginaria.
No começo da década de 70, ninguém "precisava" de um PC. Eram brinquedos caros pra nerds com tempo livre. Só que esses hackers criaram a base técnica e a faísca cultura que antecedeu um mercado de verdade.
Em 1975 tudo mudou, os custos despencaram e os PCs ficaram viáveis como negócio, não só como hobby. Do Intel 8080 ao 6502 da MOS Technology passando pelo Altair foi um longo caminho que culminou no Steve Wozniak conseguindo prototipar a Apple dentro da sua garagem.
Naquela época ninguém tinha como prever que os PCs, smartphones e gadgets iriam mudar o mundo inteiro. Steve Jobs soava maluco quando dizia que toda casa teria um computador (e ainda assim errou pra baixo).
Enquanto isso, a maioria das pessoas ainda perguntava "pra quê isso?". Tanto que em 1979 a própria Apple lançava anúncios perguntando o que as pessoas faziam com um PC. Porque na verdade nem eles tinham a resposta ainda.
Os players grandes como IBM e HP ignoravam esse movimento. Afinal de contas, se o cliente não pedia, não valia investir.
O resultado era que PCs não eram comprados, eram vendidos. Usando storytelling agressivo, demos chamativas e técnicas de distribuição e varejo para colocar os produtos na frente das pessoas e fazer o máximo de barulho possível.
O mercado andou devegar até aparecer o "killer app" de verdade: a planilha.
Em 1979 os brinquedos se tornaram ferramentas de trabalho e foi isso que fez com os PCs fossem adotados em massa. O uso gera observação, a observação reduz incerteza, e menos incerteza gera mais uso. É o ciclo clássico de adoção tecnológica.
O PC, assim como a eletricidade, demorou quase 30 anos para chegar a metade dos lares dos US. A inovação demora, mas quando deslancha domina tudo.
Mas antes disso, no início dos anos 70, podia se dizer que o produto de Steve Jobs era uma solução em busca de um problema.
🥢 2. O que Anguilla, Tuvalu, Líbia e São Vicente tem a ver com Startups
Sabe o final de qualquer domínio? Isso de chama TLD (Top-level domain).
Cada país tem um TLD. E ao comprar um domínio de um país, uma parte do dinheiro vai para aquele governo.
Em dado momento, fundadores OUSADOS começaram a ir atrás de TLDs de países aleatórios para criar jogo de palavras.
Estamos falando de
justin.tv (que depois virou twitch.tv)
last.fm (rádio online)
gramar.ly (muita startup termina em "ly")
youtu.be (versão mais curta da URL do Youtube)
rico.com.vc (jogada de marketing da corretora Rico)
discord.gg (“gg” é uma expressão de gamers)
perplexity.ai (auto explicativo)
Isso faz com que alguns países pequenininhos consigam arrecadar dinheiro para caceta por "sorte.
.ai (Anguilla): Anguilla arrecadou $105 milhoes de dolares em 2024, o que corresponde a 33% da arreadação do governo.
.tv (Tuvalu): 10% da arrecadação do governo de Tuvalu vem da venda de domínios .tv
.me (Montenegro): Em 2015, Montenegro ja arrecadava 330 milhões de dólares. Seila quanto isso é da arrecadação do governo e também não achei números mais recentes e desisti de pesquisar por mais
Listinha de alguns cTLDs clássicos:
* .ag (Antígua e Barbuda) - Agências adoram
* .ai (Anguilla) - Queridinho das empresas de IA
* .am (Armênia) - i.am, we.am
* .at (Áustria) - look.at, work.at
* .be (Bélgica) - can.be, will.be
* .cc (Ilhas Cocos) - Vibe creative commons
* .co (Colômbia) - A alternativa ao .com que todo mundo conhece
* .do (República Dominicana) - we.do, let.do
* .fm (Micronésia) - Música e podcasts
* .gg (Guernsey) - Empresas de gaming
* .gl (Groenlândia) - URLs curtas do Google
* .im (Ilha de Man) - tell.im, show.im
* .in (Índia) - log.in, tune.in
* .io (Território Britânico do Oceano Índico) - O rei das startups de tech
* .is (Islândia) - who.is, where.is
* .it (Itália) - get.it, make.it, did.it
* .la (Laos) - Startups de Los Angeles
* .ly (Líbia) - Perfeito para bit.ly, angel.ly
* .me (Montenegro) - Marcas pessoais e estilo about.me
* .py (Paraguai) - Comunidades Python
* .sh (Santa Helena) - Ferramentas dev e shell scripts
* .to (Tonga) - go.to, listen.to, react.to
* .tv (Tuvalu) - Mídia e streaming
* .vc (São Vicente e Granadinas) - Fundos de venture capital
PS: Esse conteúdo foi uma sugestão do leitor Fabio Civiletti. Se você tem alguma sugestão, manda pra a gente \o/
PS2: Não recomendo usar .so ou .ly porque os países são muito instáveis. Já teve caso de empresa grande querendo renovar o domínio e não conseguindo por instabilidade no sistema.
🥢 3. Pra que usam o ChatGPT
Olha que legal, a OpenAI divulgou essas infos sobre como as pessoas estão usando o ChatGPT.
Há quem diga que a beleza está nos olhos de quem vê: cada barra desse gráfico é um produto milionário em potencial que pode ser criado para resolver melhor algum desses use cases 👀 (você "só" precisa dar um motivo bom o suficiente pras pessoas deixarem de usar o ChatGPT e migrarem para o seu produto)
🥢 4. Checkbox x Toggle. Quando usar cada?
Sou engenheiro mecânico de formação e cai de paraquedas no mundo de startups em 2017.
Vira e mexe, preciso fazer algumas coisas de design no Figma.
Só que eu fui treinado na faculdade para saber sobre torção, flexão, transferência de calor, escoamento de fluídos, característica de aço e afins.
Não fui treinado para criar interfaces.
Até fiz uns cursos, li uns livros... gosto de design. Mas não é a minha especialidade.
Essa semana estava criando uma tela nova e não tinha uma PUTA ideia se deveria usar um checkbox ou um toggle. Isso me fez entrar numa rabbit hole pra entender quando usa um e quando usa o outro. Depois de gastar umas horas pesquisando, finalmente descobri...
E pelo menos virou conteudinho para a news:D
Você sabe quando usa cada um?
É um detalhezinho, mas bom design é feito nos detalheszinhos.
O toggle funciona como um interruptor de luz. Você liga e desliga algo na hora. Ele transmite aquela informação imediatamente, sem precisar clicar em um botao "salvar". Pense em Modo aviao, modo escuro, notificações, etc.
O Checkbox funciona mais como uma checklist. Você escolhe uma ou várias opções e depois confirma. O checkbox só transmite a mudança depois de clicar num botão.
PS: se quer saber mais, leia esse texto. Muito forte.
🥢 5. Quote da semana
"The basic difference between an ordinary man and a warrior is that a warrior takes everything as a challenge while an ordinary man takes everything either as a blessing or a curse"
"A diferença entre uma pessoa normal e um guerreiro(a) é que o guerreiro leva tudo como um desafio enquanto uma pessoal normal leva tudo como uma benção ou uma maldição"
PS: Já ouviu o último episódio do OFF THE GRID? Confere aqui.
Gostou da news? Encaminhe para um amigo. Só toma 9 segundos e me incentiva a continuar escrevendo.
Novo por aqui? Se inscreva na news (é de graça).