5 Tópicos de Terça #48
5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).
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🥢 1. Instagram e a velocidade
O tópico mais elogiado dessa newsletter foi o do elevador. Os prédios estavam ficando cada vez mais altos e os elevadores tinham a mesma velocidade, então as viagens estavam ficando mais e mais demoradas.
Todo mundo pedia elevadores mais rápidos, mas isso era inviavelmente caro.
A solução foi colocar espelhos nos elevadores para distrair as pessoas durante a viagem.
Funcionou.
O problema nunca foi velocidade. Era o tédio.
Hoje trago uma história parecida, mas do mundo tech.
Nos primórdios do Instagram, uma das grandes dificuldades de fazer uma rede social de compartilhamento de foto mobile era a velocidade da internet 3G.
A ideia do app era boa, mas subir uma foto demorava demais.
Mas a pergunta é: como que resolve isso?
Não dava pra simplesmente INVENTAR a internet 5G para que as pessoas subissem fotos mais rápido.
Dava para comprimir as imagens e subir arquivos menores, mas isso deixaria as fotos com qualidade baixa.
Uma saída era colocar um bando de engenheiro foda para otimizar o algoritmo, so que o Instagram não tinha dinheiro.
Se nao dá para melhorar a internet, comprimir as imagens e nem otimizar o algoritmo, como acelerar o upload?
Os caras pensaram numa forma genial.
O fluxo natural de subir imagem era:
Seleciona a foto
Tagueia os amigos
Escreve a descrição
Clica no botao para subir esse post.
O instagram pensou o seguinte:
"E se a gente começar a subir a imagem assim que ele seleciona, ao invés de esperar apertar o botao no fim?"
Era uma forma de já ir adiantando o trabalho para que quando fosse a hora de apertar o botão no fim, a imagem já tivesse nos servidores do IG (ou só faltasse um pedacinho)
Dessa forma, os usuários do Insta percebiam o upload como instantâneo (ou quase), quando na verdade a imagem já estava sendo subida desde o começo do fluxo.
Essa estratégia tinha um furo. Se o usuário desistisse no meio, o Insta teria arcado com os custos de subir uma imagem desnecessariamente.
Mas esses custos eram pequenos se comparados com a vantagem competitiva que eles tinham diante de seus concorrentes.
Quase sempre é mais barato resolver problema de "velocidade" com soluções criativas.
Quando estiver pensando que você precisa de mais dinheiro, tempo ou equipe, se lembre do elevador e do Instagram. Você não precisa de mais recursos. Precisa de mais criatividade
🥢 2. Dedicação Irracional
Outro dia li um texto do Shane Parrish falando sobre dedicação e irracional e fiquei pensando sobre o mundo e negócios ao meu redor.
Quando a gente é criança, pensamos que as coisas ao nosso redor simplesmente existentes. Assumimos que o mundo é todo feito igual, coisas feitas pelo homem ou não. De parques e prédios a montanhas ou praias.
Aí a gente cresce e percebe "ah, alguém construiu isso". Só que a gente compara "construir algo" com algo simples e direto tipo fazer um jantar.
E não é bem assim. Vamos usar um hotel como exemplo.
Esse hotel não foi somente construído. Alguém teve que lutar por anos para conseguir as licenças. Teve que convencer investidores de que a ideia não era maluquice. Teve que participar de inúmeras reuniões.
Esse negócio provavelmente quase quebrou pelo menos duas vezes, teve dificuldade de cobrir a folha de pagamento e teve dificuldade para conseguir crédito.
Talvez esse empreendedor tenha tido dificuldades no seu casamento, perdeu várias noites de sono e ganhou peso ou abdicou de sua saúde por conta disso.
Esse hotel, assim como grande parte das coisas que vemos no nosso dia a dia não precisava existir. Alguém teve que colocar energia para lutar contra a entropia do universo e a indiferença de todas as pessoas ao seu redor para que ele passasse a existir.
E é assim como todo o restante do mundo que foi construído.
A gente tende a não enxergar todos esses custos quando vemos o resultado final. Por trás de cada sucesso existe um oceano de perrengues e dificuldades: reuniões infinitas, questionamento, insegurança e situações onde quase foi tudo por água abaixo.
O que realmente separa as pessoas não é mágica ou talento. Na verdade é um nível de dedicação irracional e comprometimento que permitem com que alguns aguentem a dor e sofrimento que faria a maioria das pessoas desistir.
O hotel não era inevitável. Nenhum sucesso é. E pagar o preço não garante sucesso. Você pode se dedicar, sacrificar tudo e ainda falhar. O mundo é repleto de histórias assim que não são contadas.
Mas lembre-se, o mundo ao seu redor é fruto da determinação irracional de alguém que se recusou a enxergar o mundo como ele era.
🥢 3. Estimativas vs apetite - Shape Up
Por algum motivo umas três pessoas diferentes me perguntaram sobre o Shape Up nos últimos dias. Isso me fez pensar que compartilhei pouca coisa sobre isso por aqui.
Para mim, um dos principais aprendizados e mudanças de perspectivas do Shape Up é trabalhar com apetite ao invés de estimativas.
Somos naturalmente ruins com estimativas, especialmente em software, onde o desconhecido é uma variável grande demais.
Os times frequentemente descobrem novas tarefas durante o desenvolvimento, tornando estimativas iniciais obsoletas. Isso resulta em sprints atrasadas e stakeholders frustrados.
Por isso, é proposta uma mudança de perspectiva: ao invés de se trabalhar com estimativas, se trabalhar com apetite.
Estimativas: "Quanto tempo isso vai demorar?"
Apetite: "Quanto tempo estamos dispostos a gastar nisso?"
Com isso, passamos a operar num mundo onde o prazo é fixo e o escopo flexível.
Com apetite, fixamos o prazo (nosso "orçamento") e flexibilizamos o escopo para se adequar a ele. É o oposto das estimativas tradicionais, onde fixamos o que queremos fazer e ajustamos os prazos conforme necessário.
Para mim, a analogia do jantar é a melhor forma de enxergar isso.
Por exemplo, se saímos para jantar e decidimos que vamos comer lagosta (escopo fixo), vamos ter que pagar o que custar. Agora, se antes de decidirmos o prato, definirmos que temos R$30 para gastar ("prazo" fixo), provavelmente vamos escolher uma pizza que resolveria nossa fome.
Uma pizza pode não ser lagosta, mas mata a fome, é fácil de dividir, fica pronta rápido e resolve o problema do usuário dentro do orçamento disponível.
No mundo do software, a lógica é a mesma. Sempre erramos as estimativas e mesmo assim tentamos fixar o escopo. E, na minha visão, essa é a receita para dar errado.
PS: Pra quem quiser saber mais, recomendo ouvir o episódio do Ryan Singer no Lenny.
PS2: Em 2024 fiz a tradução oficial do livro para Português do Brasil e você encontra aqui.
🥢 4. Pack de playlists para se concentrar
Em algum momento da minha vida, o algoritmo do youtube começou a me entregar playlists com STORYTELLING.
Hoje em dia eu uso elas para trabalhar...
Segue algumas delas. Favor escolher pelo nome... pela que mais combina com o seu mood agora.
• You're studying in a haunted library with ghosts dark academia playlist
• 𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐀𝐜𝐚𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚 𝐏𝐥𝐚𝐲𝐥𝐢𝐬𝐭 𝐟𝐨𝐫 𝐖𝐡𝐞𝐧 𝐍𝐨𝐛𝐨𝐝𝐲 𝐊𝐧𝐨𝐰𝐬 𝐓𝐡𝐞 𝐑𝐞𝐚𝐥 𝐘𝐨𝐮 | 𝐌𝐞𝐥𝐚𝐧𝐜𝐡𝐨𝐥𝐢𝐜 𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐭𝐨 𝐒𝐭𝐮𝐝𝐲, 𝐑𝐞𝐚𝐝, 𝐖𝐫𝐢𝐭𝐞
• A playlist for a 19th century villain scheming against his enemies
• Playlist para estudar como um filósofo ciborgue na era da informação e da pós-verdade
• Playlist para estudar como um filósofo medieval tendo revelação da verdade pela graça divina
• Playlist para estudar como platão após sair da caverna atingindo o mundo das ideias
• POV: You’re Playing Chess With Death and He Is About to Give a Checkmate
• Classical Music for When You’re on a Deadline
• Bach to Business: A Classical Productivity Playlist
• Programming / Coding / Hacking music vol.18 (ANONYMOUS HEADQUARTERS)
• Concentration Programming Music 010 (part 2)
🥢 5. Quote da semana
"The people who rise in life are not those who are the smartest, but they who are learning machines. They go to bed every night a little wiser than when they woke up."
As pessoas que ascendem na vida não são as mais inteligentes, e sim aquelas que são máquinas de aprendizado. Elas vão dormir todas as noites um pouco mais sábias do que quando acordaram.
PS: Já ouviu o último episódio do OFF THE GRID? Confere aqui.
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