5 Tópicos de Terça #46

5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana

Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).

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🥢 1. Beta Alavancado

Recentemente eu li o texto levered beta is all you need e fiquei com ele entrenhado na minha mente por semanas. Comentei dele com tanta gente ao meu redor que tinha certeza que já tinha falado dele aqui na news.

Considero leitura obrigatória para quem está construindo ou pensando em construir uma startup em AI.

O autor é Ethan Ding, founder do textql.

No texto ele fala sobre o conceito de Beta Alavancado. No mercado financeiro, Alpha é sua vantagem em relação ao mercado. É o que te faz ficar a frente dos demais.

Se o mercado sobe 5% e você subir 10%, você tem Alpha.

Beta é a pura correlação com o mercado. Se o mercado sobe 10%, seu portfolio beta-1 também sobe 10%. Você tá só surfando a onda.

O Beta Alavancado é Beta com esteróides. Você tá surfando a onda com uma prancha-foguete que você comprou com dinheiro emprestado. Se o mercado sobe 10%, seu portfólio 2x alavancado sobe 20%. Agora se ele cai 10% você também tem o dobro de problemas...

O que que isso tem a ver com AI?

Bom, se olharmos para o mercado de AI SDRs, vamos ver produtos como AiSDR captando a um valuation de $40 milhões, Artisan levantando $11 milhões e 11x mesmo com todas suas polêmicas levantando $50 milhões.

Essas são empresas com churn extremamente altos, produtos com NPS baixo e sinceramente, entregas muito abaixo do prometido. Não sei se você já viu uma mensagem de um AI SDR, mas muitas delas são robóticas, sem graça e convertem tão pouco quanto automações do passado.

Mesmo assim, toda e qualquer empresa que tem um time de vendas está disposto a testar alguma dessas alternativas. Pelo simples fato de que "todo mundo está fazendo". É FOMO como estratégia.

Isso é Beta Alavancado do começo ao fim. As empresas não são boas. Os produtos não são bons. O timing é perfeito.

Os melhores exemplos de todos são Icon e Cluely.

Esses dois players estão surfando essa onda ao extremo, levantando rios de dinheiro e fazendo barulho. Muito barulho.

Os produtos não precisam nem funcionar por hora. Mas eles são as referências e líderes nos seus segmentos.

No fim, o que eles estão apostando é que:

  • a tecnologia vai se resolver e ficar boa

  • eles vão dominar esse espaço do mercado quando isso acontecer

  • eles conseguem sobreviver até esse momento

É uma equação de burn rate vs avanço da tecnologia vs poder da marca. Conseguindo equilibrar isso você se torna a opção default de uma industria de trilhões quando o futuro chegar.

Do outro lado temos empresas como Lovable e Harvey, nos mostrando que quando LLMs realmente funcionam, sua implementação não é tão mirabolante assim.

O Lovable não revolucionou desenvolvimento de software. Ele é o Claude com uma interface bonitinha. O Harvey é basicamente um ChatGPT com skin de advogado.

As startups que estão ganhando o jogo do Beta Alavancado não são as que construiram os melhores produtos. São as que entenderam essas dinâmicas mais rápido. Você pode estar mentindo sobre o presente (Cluely, 11x, Icon) ou arbitrando o óbvio e percebendo que ninguém se importa (Harvey, Lovable).

De qualquer forma as duas jogadas seguem a mesma estratégia: ser a ferramenta padrão do futuro (mesmo que sejam todos wrappers, mas ninguém vai se importar de verdade).

🥢 2. Greg Isenberg sobre AI

Greg Isenberg ganhou bastante notoriedade recentemente falando sobre os novos paradigmas da construção de software e construção de empresas na era da AI. Se você não conhece, vale a pena dar uma olhada no conteúdo dele.

Recentemente ele escreveu um texto curto muito interessante sobre o momento em que estamos vivendo. Como achei que casou bem com o lançamento do GPT-5 (e o tópico anterior), resolvi compartilhar aqui na íntegra com você:

Estamos vivendo algo que nossos netos vão estudar nas aulas de história, e estamos experimentando isso como mais uma quinta-feira qualquer.

Você realmente não sente mudanças de paradigma enquanto está nelas. Elas parecem vida normal com ferramentas um pouco melhores.

A prensa foi só uma maneira mais rápida de copiar livros. A internet era só uma biblioteca melhor. IA é só um autocomplete mais inteligente.

Você fica anestesiado lançamento após lançamento e tudo meio que vira o novo normal. Claude escreve bases de código inteiras e você se frustra porque faltou um ponto e vírgula.

Que ousadia...

Aí, UM DIA, você acorda e tudo mudou enquanto você estava sentado numa reunião inútil. Aquela startup que viralizou no X de repente virou líder de mercado. Aquele garoto de 18 anos com um wrapper de GPT, sem nenhuma vantagem competitiva, agora é o nome mais interessante do Vale do Silício.

Os livros de história não vão captar o quão mundano tudo pareceu. Como passamos a revolução discutindo políticas de retorno ao escritório. Como presenciamos o fim dos gatekeepers enquanto atualizávamos nosso e-mail. Como a maior democratização de capacidade da história humana aconteceu principalmente nas tardes de terça-feira entre chamadas de Zoom.

Você existe na janela de 20 anos em que indivíduos podem competir com instituições. Quando um laptop equivale a uma equipe. Quando Davi não precisa de uma funda porque as vantagens de Golias estão, de alguma forma, disponíveis por R$100/mês.

Logo essa janela se fecha. Regulamentações chegam. Barreiras são construídas. Os líderes se adaptam. O Velho Oeste vira subúrbio.

Mas hoje... nesta terça-feira... hoje você ainda pode construir algo em um fim de semana que muda tudo. Hoje, pela primeira vez na história, está tudo a favor do indivíduo.

Aproveite esse momento enquanto dura.

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