5 Tópicos de Terça #44
5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
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🥢 1. Contratação de Dalio a Bourdain

Poucas coisas são unanimidade.
Natação. Dormir melhor. Comer melhor. Meditar.
Já viu alguém advogar contra?
Estou começando a achar que posso botar mais uma prática nessa lista:
Contratar baseado em valores e não habilidades.
A primeira vez que li isso foi em Principles, do Ray Dalio.
Ele dizia que habilidades você ensina. Valores não.
Ou o candidato entra com os valores alinhados aos da empresa, ou vai minando o ambiente aos poucos.
Corta para agora. Enquanto lia a autobiografia do Anthony Bourdain, me deparei com o mesmo princípio.
Estamos falando de um cozinheiro que contratava imigrantes ilegais para fazer macarrão usando a mesma técnica de um gestor de mais de 150 bi USD.
Você pode ensinar alguém a cozinhar ou analisar balanços financeiros.
Mas você não ensina caráter, postura, lealdade, tesão por fazer bem feito.
Eu já me vi "tendo" que contratar um analista de marketing porque ele tinha exatamente as skills que a empresa estava precisando. Três meses depois tive que demitir, depois do clima da empresa ficar horrível porque aquele analista não tinha NADA a ver.
No fim, não valeu a pena.
Hoje sigo a velha máxima do Jorge Paulo Lemann. Só contrato pessoas com quem eu gostaria de sair para tomar um chopp. (E eu não bebo).
🥢 2. Motivos não ditos

Esses dias me peguei refletindo mais uma vez sobre como num mundo cada vez mais inteligente e sedento por otimização e eficiência coisas subjetivas como "taste" (bom gosto?) vão ser ainda mais importantes.
Isso vai acontecer por vários motivos. Mas o que mais me vem a cabeça é o simples fato das "pessoas não serem racionais".
Pode soar irracional, mas é verdade...
Pensa bem, quantas vezes na vida você já viu alguém fazendo algo que não tem sentido lógico nenhum?
Na maioria das vezes as pessoas não são idiotas. Só existe um motivo não dito para aquela decisão.
Muitas vezes esses motivos não ditos são extremamente importantes para nós, mesmo que nos falte capacidade (ou vontade) de explicar isso para os outros. O fato é que isso influencia muitas atitudes ao redor do mundo, inclusive a decisão de se escolher um produtos ou serviço.
O Scott Belsky conta uma história de um produto de contabilidade que passou a ter um aumento gigantesco no uso quando lançou uma funcionalidade que permitia que relatórios pudessem ser exportados.
No fim, perceberam que o motivo do pico de uso foi porque as pessoas queriam exportar os relatórios e compartilhar para ganhar créditos com os chefes.
Algo parecido acontece com personal trainers. Hoje em dia qualquer pessoa com um celular consegue montar um treino minimamente bom usando o ChatGPT. Mas tem muita gente que prefere ter um personal pelo simples fato de ter uma outra pessoa te forçando a malhar. Não é sobre a qualidade do treino ou instruções, mas falta de disciplina (e provavelmente ninguém vai admitir assim).
Ainda não está satisfeito?
Experimente com redes sociais. Todo mundo vai te dizer que usa o Instagram para saber o que está acontecendo no mundo ou ver o que seus amigos estão fazendo.
Mas a verdade é que as pessoas comprovadamente acessam mais os aplicativos DEPOIS de postarem algum conteúdo. Ou seja, para acompanhar quem deu like ou comentou em seus conteúdos.
O motivo não dito nesse caso é nosso próprio ego.
Em um mundo cada vez mais automatizado e gerido por tecnologia que otimiza a eficiência, esses motivos não ditos e muitas vezes irracionais para tomada de decisão podem ser insights valiosos para líderes de produto.
🥢 3. Agente de AI gratuito para valuation de domínio

Se o seu domínio for uma merda, seu business está em desvantagem. Se você quer internacionalizar, o domínio .com é obrigatório. Talvez a única exceção hoje em dia sejam os .ai.
Ao escolher um nome para uma nova startup é aconselhável escolher um que tenha domínio disponível (ou que você esteja disposto a pagar o preço)
Só que domínio bom é sempre difícil pra caceta de conseguir. E o domínio já tem dono, é (era) impossível saber o valor justo dele.
Sorte que o founder do Hubspost (e talvez a pessoa que mais lucre vendendo domínios) fez uma ferramenta gratuita para conseguir calcular esse valor.
https://agent.ai/agent/domainvalue
De nada.
🥢 4. Aula relâmpago de equity com a Brewdog

Não sei se você viu, mas essa semana explodiu o caso da BrewDog.
Uma empresa que já foi unicórnio, implodiu. Não foi por má gestão, crise, briga de founders, mas por um erro na hora de captar.
A BrewDog fez uma rodada de captação dando ações preferenciais que acumulavam juros de 18% ao ano.
Isso significa que a cada ano que passava, os investidores não recebiam mais equity, mas recebiam um direito a uma fatia maior da receita no caso de venda.
Hoje, o valor acumulado das ações preferenciais é maior que o valuation da empresa.
Se a BrewDog for vendida por 1 bilhão de dólares hoje, todo esse valor vai pros acionistas preferenciais.
O que sobra (zero) é partilhado proporcionalmente entre os outros sócios.
Sim, isso significa que:
O founder com 30% de equity pode receber R$ 0.
O funcionário que ganhou equity ao longo dos anos e fazia conta de quantos milhões levaria… também sai com R$ 0.
Se você chegou até aqui e não entendeu porra nenhuma, toma uma explicação rápida.
* Ações ordinárias dão direito a voto.
* Ações preferenciais dão direito a receber dinheiro primeiro.
Na prática, fundadores e funcionários normalmente têm ações ordinárias. Investidores, preferenciais.
Isso só vira problema quando as preferenciais têm cláusulas que garantem valores específicos a receber — independente do valor proporcional ao equity.
Foi o que aconteceu na BrewDog.
As ações preferenciais tinham uma cláusula que fazia o valor “devido” a elas escalar 18% ao ano.
Mas isso não é tão raro no mundo de startups. Existe uma clausula comum em investimento de VC chamado de Liquidation Preference.
Ele garante a um fundo um retorno mínimo no caso de venda.
Digamos que um fundo investe R$ 100 mil em uma startup avaliada em R$ 1 milhão com uma liquidation preference de 3x.
Esse fundo tem 10% da empresa, mas ele tem o direito de receber 3 vezes mais do que o valor que ele colocou, ou seja 300k.
Se essa empresa for vendida por 10 milhões de reais, os 10% dariam 1 milhão, que é maior que 300k e a liquidation preference não seria engatilhada.
Mas se essa empresa for vendida por R$1 milhão, o fundo leva R$ 300 mil.
Os outros sócios, que têm os 90% restantes, dividem o que sobrar: R$ 700 mil.
No caso da BrewDog, esse número escalou tanto ao longo dos anos… que os investidores hoje têm direito a mais do que o valuation atual da empresa.
Moral da história: o mundo de investimento em startups não é trivial.
Se você está pensando em captar, leia o livro chamado Venture Deals e escape dessas armadilhas.
🥢 5. Quote da semana
Practice until you get it right, and you'll need perfect conditions.
Practice until you can't get it wrong, and conditions no longer matter.
“Pratique até acertar, e você vai precisar de condições perfeitas.
Pratique até não conseguir errar, e as condições não importarão mais.”
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