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5 Tópicos de Terça #34
5 ideias mais interessantes que seus founders favoritos aprenderam essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu).
🥢 1. Os 4 tipos de sorte

Naval Ravikant (a essa altura você já deveria saber quem é) tem uma teoria sobre sorte que me faz pensar bastante recentemente.
A maioria de nós tende a ver a sorte como uma coisa só. Mas não é bem assim.
Na verdade, existem quatro tipos diferentes de sorte. E entender essa diferença muda tudo.
Sorte aleatória
É o tipo mais básico. Você ganha na loteria. Nasce em uma família rica. Um parente distante deixa uma herança inesperada. Não há mérito ou esforço envolvido - apenas o acaso puro.
Sorte do esforço
Este tipo já é diferente. Vem do movimento constante.
Quando você faz muitas coisas como conversas, projetos, tentativas, você aumenta drasticamente suas chances de encontrar algo bom. Não é mágica, é matemática.
Gosto de encarar isso como aumentar a superfície de contato da sorte.
Pode reparar, os que ficam parados raramente encontram oportunidades.
Sorte da percepção
Esta é mais sutil. É quando você desenvolveu tanto uma habilidade que consegue ver oportunidades invisíveis para os outros.
Um trader experiente nota padrões nos dados que um iniciante jamais perceberia. Um empreendedor veterano identifica um problema que outros nem sabem que existe.
Não parece sorte quando você está preparado para reconhecer valor onde outros não veem.
Sorte magnética
Este último tipo é o mais interessante. É quando você desenvolve uma habilidade tão única, uma reputação tão específica, que as oportunidades vêm até você naturalmente.
Pense no melhor mergulhador especializado em águas profundas do planeta. Quando alguém encontra um tesouro submerso, não tem escolha a não ser procurar este mergulhador.
Esta é a sorte que você constrói pacientemente, dia após dia, através do trabalho consistente.
Percebo que a maioria das pessoas parece ficar esperando o primeiro tipo de sorte acontecer, quando poderiam estar cultivando os outros três tipos ativamente.
E esse é o segredo. Os três últimos tipos podem ser desenvolvidos. Não são aleatórios. São consequências de escolhas constantes.
PS: O conceito de “aumentar a superfície de contato da sorte” me convenceu a me mudar do Rio para São Paulo há algumas semanas atrás.
🥢 2. Contos de startup

Em 2008, informações sigilosas da Tesla estavam sendo vazadas para a imprensa.
Por um tempo tentaram descobrir quem era o x9, mas não conseguiram.
Até que Elon teve uma ideia: fazer um teste AB.
Na verdade, foi um teste ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ0123456789...
Ao invés de enviar um email com as informações sigilosas para todos os stakeholders, Elon passou a enviar um email para cada pessoa. Esses emails eram levemente diferentes.
Estamos falando de UMA palavra diferente por email.
Quando o email foi vazado para a imprensa pouco tempo depois, foi só ver quem recebeu aquele email.
E você achando que teste AB era só pra melhorar conversão de landing page... Também serve pra achar traíra.
🥢 3. Futuro das IDEs? Starcraft!

Será que o Sam Altman é main Protoss?
Outro dia vazou que a OpenAI estava interessada em comprar o Windsurf, IDE (Integrated Development Environment) concorrente do Cursor e um dos principais players no espaço de ViBe CoDiNg. O que mostra que eles estão de olho nesse espaço e querendo brigar.
Mas quero falar de outro assunto.
Ontem li um post de um dos founders da airweave, startup do último batch da YC, falando de uma conversa que ele teve com Sam Altman sobre o futuro da engenharia de software.
A pergunta dele foi: "Qual é o futuro da engenharia de software além do IDE?"
A resposta de Altman?
"Starcraft." Direto e reto com uma cara séria.
Todos na sala pausaram: "Haha... como assim?"
Aí ele explicou: "Você manda seus trabalhadores construírem uma fortaleza aqui, envia suas tropas para coletar recursos ali, e confia que o trabalho vai ser feito. Você não fica monitorando cada passo, mas pode dar zoom a qualquer momento para ver o que está rolando."
Achei bem interessante essa analogia.
Realmente os designers de jogos de RTS (real time strategy) já passaram muito tempo pensando em interfaces de alocação de recurso em escala e gerenciamento de múltiplos "trabalhadores autônomos".
Fiquei surpreso porque mesmo sendo nerd e curtindo muito games (tentei jogar competitivo, mas sou noob no Starcraft), não tinha pensado que a resposta poderia estar nesse espaço.
🥢 4. Conceito interessante

Um dos mais renomados fundos de VC dos EUA tem uma página curiosa no site deles: o Anti Portfólio.
É a lista de startups que eles tiveram a chance de investir, mas acabaram recusando.
Eles tiveram a oportunidade de investir em 4 das 10 empresas mais valiosas dos Estados Unidos hoje:
Apple
Google
Meta
Tesla
Mas negaram.
O investimento na Apple seria num valuation de 60 milhões de dólares, mas eles acharam caro.
Hoje a Apple vale 2,92 Tri.
Se tivessem colocado 100k dólares, teriam 4,88 BILHÕES hoje.
E ainda assim, a Bessemer é dos fundos mais bem sucedidos do mundo.
Não é sobre não errar. É sobre como extrair o máximo quando você acerta.
Confira aqui o antiportfólio da Bessemer Venture Partners.
🥢 5. Quote para refletir
Product inventors revel in all the value they generate, but don’t see the penalties that they incur. The customers, however, see.
Founders gostam de mostrar o quanto seu produto é melhor que os outros. Mas esquecem do custo invisível que de trocar.
O cliente não só olha pro produto. Ele sempre está pensando:
• "Qual o risco de trocar?"
• "Quanto tempo essa migração vai me custar?"
• "Putz... vou ter que aprender uma outra ferramenta?
• "Mó preguiça."
Por isso se fala tanto que um produto precisa ser 10x melhor para justificar a troca.
Se ele for 10x melhor, mesmo com todos esses riscos e incômodos, a mudança se justifica.
É a troca do Skype pelo Slack.
Do Internet Explorer para o Firefox (lá atras)
Do Firefox para o Chrome (lá atrás também, mas menos)
Do Blackberry para o Iphone.
Do bancão para o Nubank.
Mas seu produto não precisa, necessariamente, ser 10x melhor.
Se você conseguir quebrar algumas dessas objeções você pode conquistar o cliente de vez.
Um exemplo é resolver esses custos ocultos de migração.
O Airbnb fez isso quando criou um robô que puxava automaticamente anúncios do Craigslist para a plataforma deles. Um clique, e o usuário já tinha tudo migrado.
Se dependesse do usuário copiar e colar tudo na mão, talvez a gente não conhecesse o Airbnb hoje.
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