5 Tópicos de Terça #27
Top 5 coisas mais interessantes que vimos/aprendemos essa semana
Toda terça-feira, 5 ideias na sua caixa de entrada com a curadoria especial de seus founders favoritos (dica: Lucas e Edu.).
🥢 1. Movido a pessoas incríveis, a série

Algumas fotos desenterradas no processo
Passei os últimos meses escrevendo a história não contada sobre como criei a Touts, que se tornou Reserva INK e hoje é a maior plataforma de print on demand da América Latina.
Fui influenciado pelo Eduardo Belotti (outra metade aqui do OFF THE GRID) a escrever depois que ele fez algo parecido contando a história do Real Valor.
Tentei resumir em 19 capítulos todos os aprendizados de uma jornada empreendedora de 15 anos. Não foi fácil, mas consegui. Publiquei semana passada o último texto.
É a história de como um moleque de 17 anos começa a vender camisetas para os amigos dele no colégio e, com o passar do tempo, termina criando uma plataforma onde mais de 40 mil empreendedores já venderam mais de 100 milhões de reais em produtos por ano.
Foquei mais em retratar a vida como ela é do que passar ensinamentos, dar dicas ou qualquer coisa do tipo. Até por que eu não tenho a mínima pretensão de ensinar ninguém a nada.
Tem alguns dramas pessoais, que também fazem parte da jornada empreendedora. Tem história engraçada. Tem história triste. Tem piada. Tem briga. Tem acerto. Tem erro. Tem de tudo!
Sou suspeito pra falar, mas acho que quem gosta de startups e empreendedorismo vai gostar e conseguir tirar uma lição ou outra.
Veja a série completa aqui (e aqui o link para o primeiro capítulo).
Espero que gostem!
🥢 2. Porque startups vencem incumbentes

Toda empresa nasce tentando servir o cliente.
Mas quando ela é bem sucedida por muito tempo, essa prioridade muitas vezes muda.O cliente vira figurante. O protagonista passa a ser o investidor.
Isso aconteceu com o PayPal em 2009 (quando já eram abertos em bolsa).
Eles tiveram uma ideia genial para "increase shareholder value". Se eles cobrassem +- $3 a mais por cliente, eles fariam $30 milhões de dólares de lucro a mais.
O valuation giravam em 40x o lucro, então esse pequeno movimento adicionaria um UNICÓRNIO em valuation para a empresa: 1,2bi dólares.
Parecia genial. Mas foi uma distração no momento errado.
Naquele mesmo ano, dois adolescentes irlandeses criaram uma startup para facilitar pagamentos via API chamada Stripe.
Jack Dorsey, o cara do Twitter, criou uma solução para que pessoas pudessem transformar seus celulares em maquininhas de cartão ao plugar um gadget. Essa solução foi batizada de Square.
Essas duas soluções vinham sendo pedidas por clientes do próprio PayPal. Elas chegaram até a serem discutidas internamente.
Mas não foram para frente por motivos de:
“margem baixa”
“produto commodity”
“não é prioridade agora”
No momento em que escrevo esse texto, o valuation da Stripe é de 91,5 bi usd. quase $100 bi.
Square (hoje chamada de block) acabou se desvalorizando muito de 21 para cá, mas ainda vale 31 bi usd. Ela chegou a valer mais de 100bi.
Ao se distrair fazendo uma play que aumentou o market cap em 1,2bi, PayPal viu 2 startups com marketcap de 120bi usd surgirem. Elas podiam ter sido criadas internamente.
No momento que o mantra “como deixar meu cliente mais feliz?” muda para “como agradar o investidor?”, a incumbente abre margem para as startups tomarem seu posto.
PS: Ouvi essa história no Growth Levers and How do Find Them do Matt Lerner
🥢 3. Nem toda disrupção é igual

No mundo engolido pelo software e em tempos de AI é muito fácil gritar "disrupção" ou "AI" e soltar meio dúzia de buzzwords em cima de qualquer solução para dizer que tudo vai mudar ou alguém morreu.
Basta passar alguns minutos no Linkedin pra perceber isso...
Recentemente li um texto do Ben Evans (vale assinar a news dele) questionando o que realmente é disruptivo.
Os exemplos mais clássicos são Uber e Airbnb que disruptaram os taxis e os hotéis.
Olhando justamente para os números desses dois exemplos percebemos algo curioso, existe mais de um tipo de disrupção. Enquanto Uber parece ter ressignificado o que "táxi" quer dizer no mundo atual, o Airbnb não parece ter o mesmo efeito nos hotéis - confere no gráfico.
Provavelmente porque mais de metade da receita da indústria hoteleira está em business travel e quase nada dessa receita foi transferida para o Airbnb.
Essa discussão vai longe, mas o ponto é que ressignificar uma indústria muitas vezes é mais sobre geração de nova demanda do que conquistar um mercado já existente. E é muito mais fácil dizer que algo é disruptivo do que entender o que está por trás.
🥢 4. Quote para refletir
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“Take a human desire, preferably one that has been around for a really long time… identify that desire and use modern technology to take out steps.”
Ev Williams
“Pegue um desejo humano, preferencialmente um que existe há muito tempo... identifique esse desejo e use a tecnologia moderna para eliminar etapas.”
Quem falou isso foi Ev Williams (cofundador do Twitter e Medium).
Sua startup ou solução se enquadra nisso? Se não, pense em mudanças para se encaixar nisso.
Não acredita nessa quote? Vamos aos exemplos da vida real:

Talvez eu tenha sido ousado no último... Mas o mundo é dos ousados.
🥢 5. All you have to do is anything

Dos 20 até os 55, você passa mais tempo com seus colegas de trabalho do que com sua família e amigos.
Faça se um favor e trabalhe num lugar onde você curta essas pessoas.
Pode parecer um papo hipster demais, mas hoje eu vejo a minha startup não só como uma forma de fazer o que eu mais gosto (criar), mas também como um veículo para estar perto de pessoas que eu gosto, admiro e aprendo diariamente.
PS: Talvez esse gráfico mude um pouco com os novos padrões sociais, como trabalho remoto, mas queria deixar essa reflexão.
O que achou da edição dessa semana?
Não tem meio termo. Só vale uma das três respostas. Qual a sua?